
Os EUA perderam o triple A da Moody’s na passada sexta-feira e a fatura está a chegar hoje aos mercados: Wall Street abriu a sessão em forte baixa, enquanto os juros da dívida norte-americana superaram os 5%.
A Moody’s cortou o rating da dívida soberana dos EUA do nível ‘AAA’ para ‘Aa1’ por causa dos receios em relação à galopante dívida de 36 biliões de dólares, tornando-se na terceira agência de rating a fazê-lo depois da S&P (2011) e Fitch (2023).
“Nada de novo, mas [a decisão da Moody’s] está a colocar em foco muitas coisas com as quais o mercado estava preocupado, e com razão”, referiu Ross Mayfield, analista da Baird, citado pela agência Reuters.
“O tema relacionado com o comércio mundial mantém os mercados voláteis, mas esta manhã, em particular, é sobre o downgrade da Moody’s”, acrescentou.
No arranque de Wall Street, o S&P 500 baixa 0,99% para 5.899,39 pontos, com a Moody’s a motivar assim uma forte correção depois de cinco semanas de ganhos.
O tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones acompanham o S&P 500, cedendo 1,28% e 0,68%, respetivamente.
No plano empresarial, a Tesla lidera as quedas entre as maiores cotadas, tombando 4,37% para 334,64. O setor dos chips também está sob pressão vendedora: a Advanced Micro Devices e a Nvidia cedem em torno de 2%.
O ‘sell America’ também está a castigar a dívida americana. As yields das obrigações estão em forte subida, com a taxa a 10 anos a avançar para 4,548% e a 30 anos a tocar nos 5,02%.
Deste lado do Atlântico, as bolsas e os juros da dívida seguiam comportamentos semelhantes. De Lisboa a Frankfurt, regista-se uma maré vermelha nas principais praças, com o italiano FTSE Mib a perder quase 2%. O PSI cai 0,51% pressionado pela EDP Renováveis, cujas ações derrapam mais de 4%. Nos juros, a taxa portuguesa a 10 anos avança para os 3,117%, acompanhando a tendência europeia.