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Investidores castigam obrigações dos EUA com possível vitória de Trump. Risco face à Alemanha dispara 10%

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As obrigações do Tesouro norte-americano (Treasuries) estão a ser pressionadas pelos investidores esta quarta-feira, após as primeiras projeções sobre os resultados das eleições Presidenciais dos EUA darem Donald Trump como o próximo Presidente da Casa Branca.

A contrário do que sucede com as obrigações do Tesouro da maioria dos países desenvolvidos, as Treasuries estão a ser alvo de uma onda vendedora por parte dos investidores no mercado, que está a provocar uma subida generalizada da yield dos títulos de dívida do Tesouro norte-americano, por a política de Trump poder vir a conduzir a reduções de impostos e aumentos de taxas que aumentariam o défice e a inflação.

E foi exatamente isso que Trump indicou no seu primeiro discurso de reivindicação da vitória, pouco tempo depois da cadeia televisiva Fox News ter avançado com a vitória do candidato republicano: “Vamos pagar a dívida e reduzir os impostos”, proclamou Trump em Mar-a-Lago, na Florida, a uma plateia de apoiantes.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Atualmente, a curva de rendimentos dos EUA permanece invertida, com os títulos de dívida a dois meses a negociarem com uma taxa média ponderada de 4,6% que supera a yield das Treasuries até aos dez anos (4,422%) e ficando perto da yield das obrigações a 20 anos (4,717%).

De acordo com dados da Refinitiv, todas as Treasuries estão a registar uma subida das taxas, particularmente os títulos de mais longo prazo, como as obrigações a dez, 20 e 30 anos, que registam aumentos da yield entre 13,4 e 16,6 pontos base.

Em oposição estão os títulos de dívida dos países da Zona Euro, nomeadamente as obrigações alemãs, com as Bunds a dez anos a registarem uma queda de 5,1 pontos base para os 2,381%.

Este comportamento dos investidores, que têm vendido Treasuries e procurado refúgio em Bunds, fez disparar 10% o spread entre as Treasuries e as Bunds a dez anos, colocando atualmente o spread entre os dois títulos de dívida nos 204 pontos base, o valor mais elevado desde 30 de abril deste ano. “Poderá haver um ponto de viragem se as yields das Obrigações dos EUA continuarem a subir”, referiu Seema Shah, estratega global chefe da Principal Asset Management, à Reuters.


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