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Bolsas europeias tremem com Trump. Lisboa tomba 3,27% com pressão da família EDP

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As bolsas europeias caíram esta quarta-feira perante a reeleição de Donald Trump como Presidente dos EUA, em forte contraste com os máximos históricos alcançados do outro lado do Atlântico. Os principais índices do Velho Continente sofreram perdas, que foram particularmente significativas na praça de Lisboa, devido às ações do grupo EDP.

O índice de referência europeu Stoxx 600 desvalorizou 0,6%, com as ações das utilities a serem as mais castigadas, seguidas dos títulos ligados ao setor imobiliário. Para o português PSI, foi o pior dia de negociações em mais de dois anos, desde setembro de 2022, com o índice nacional a ceder 3,27%, para 6.334,18 pontos.

Duas cotadas nacionais surgem mesmo entre os piores desempenhos de toda a Europa. Uma delas é a EDP Renováveis, que afundou 11,08%, para 11,24 euros. A empresa tem uma forte exposição ao mercado norte-americano, mas a pressão vendedora foi exacerbada pelo facto de ter apresentado resultados esta quarta-feira, nomeadamente uma queda de 53% nos lucros até setembro.

Os investidores não gostaram do que viram. A desvalorização da sua subsidiária e a volatilidade do mercado acabou por prejudicar também a EDP, cujas ações cederam 7,10%, para 3,321 euros. Segundo cálculos do ECO, 64% das perdas registadas pelo PSI nesta sessão foram geradas pelas quedas das ações da EDP Renováveis e da EDP.

EDP Renováveis tomba na bolsa:

Foram, de longe, as duas cotadas que mais perderam neste dia, mas não as únicas. A sessão também foi dura para a Mota-Engil, que cedeu 2,52%, assim como o BCP, que recuou 2,11%. Semapa (-1,84%), Nos (-1,62%), Galp (-1,61%) e Jerónimo Martins (-1,54%) juntam-se ao rol de fracos desempenhos.

Em sentido oposto, só dois membros do PSI escaparam a esta razia: os CTT, que subiram uns ligeiros 0,12%, e a Ibersol, que se destacou positivamente a ganhar 1,08%.

Enquanto isso, nos EUA, o cenário não podia ser mais diferente. Os principais índices de Wall Street atingiram novos recordes, com as small caps, bancos e seguradoras de saúde entre as ações mais beneficiadas, no dia em que foi confirmada a eleição de Donald Trump para a Casa Branca e a conquista do Senado pelo Partido Republicano, bem posicionado para controlar também a câmara baixa do Congresso.

No mercado de dívida, as yields das obrigações do Tesouro norte-americano estão a subir, sobretudo nos prazos mais longos, com os investidores a ajustarem as perspetivas de cortes nas taxas de juro pela Fed e a anteciparem novas pressões inflacionistas em resultado das políticas protecionistas de Trump.

Quanto ao mercado cambial, o euro está a ceder 1,9% face ao dólar, que vive o melhor dia desde 2020. Cerca das 17h25, a moeda única estava a valer 1,07 dólares.

Nas criptomoedas, a bitcoin continua a negociar perto do máximo histórico de mais de 75 mil dólares alcançado durante a madrugada, com a moeda virtual a trocar de mãos por 74.693,11 dólares, uma subida de 6,28%.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h24)


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