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UBS antecipa fortes cortes das taxas de juro para 2025

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O UBS apresentou esta quinta-feira o seu outlook para 2025, traçando um cenário positivo para a economia global e para os mercados financeiros no próximo ano, antecipando uma continuidade do bom momento desta década que, até à data, é marcada por uma subida de 50% das ações mundiais e pelo aumento de 70% dos lucros das empresas dos EUA.

Sob o mote “Roaring 20s: The next stage”, o banco suíço prevê uma “próxima fase dos loucos anos 20” marcada por cortes nas taxas de juro, oportunidades em setores inovadores como a inteligência artificial e uma subida das ações, particularmente nos EUA, em que o UBS antecipa uma escalada do índice S&P 500 até aos 6.600 pontos, cerca de 10% acima dos valores atuais.

No relatório, apresentado esta quinta-feira aos jornalistas, Mark Haefele, responsável pelo departamento de investimento do UBS Global Wealth Management, destaca que “o resultado das eleições nos EUA continua a ser um ponto central para grande parte do que irá acontecer em 2025”, dada a perspetiva de Donald Trump levar avante uma política fiscal marcada por impostos mais baixos e uma maior desregulamentação do mercado.

O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado.

Mark Andersen

Co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS

Segundo o especialista do UBS, esta orientação política do futuro presidente dos EUA “contribuirá para uma narrativa positiva do mercado para a esta década de 2020 ‘dourada’, construída sobre um crescimento sólido e investimento contínuo em inteligência artificial”.

No entanto, alerta que “os problemas da desglobalização, da dívida e da demografia significam que temos de estar preparados para diversos resultados no próximo ano”.

BCE e Fed com “carta branca” para cortar juros

Um dos principais destaques do outlook do UBS para 2025 é a expectativa de que os principais bancos centrais prolonguem o ciclo de cortes nas taxas de juro iniciadas já este ano, com particular ênfase para o Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde.

“Estamos a contar que o BCE corte cerca de 125 pontos base até ao final de 2025 e o Banco de Inglaterra cerca de 100 pontos base”, referiu Themis Themistocleous, responsável pelo departamento de investimento para a Europa do UBS Global Wealth Management, no decorrer da apresentação do relatório aos jornalistas esta manhã.

Para os EUA, a projeção é de cortes de 100 pontos base por parte da Reserva Federal (Fed) liderada por Jerome Powell ao longo do próximo ano à medida que “a inflação continuará a cair”.

Esta nova política monetária por parte dos principais bancos centrais, após um período de fortes subidas do preço do dinheiro, deverá ter impacto direto nas principais divisas. O UBS antecipa que o euro, face à cotação que está a negociar atualmente, possa valorizar até 6% face ao dólar ao longo do próximo ano, com a taxa de câmbio EUR/USD a variar entre 1 e 1,12 em 2025.

Ações em alta, com EUA e Ásia no topo

O UBS está bastante otimista para o mercado acionista em geral, esperando que os principais índices continuem a subir após os ganhos de 2023 e 2024.

Para o mercado norte-americano, o banco suíço antecipa que o índice S&P 500 atinja os 6.600 pontos até ao final de 2025, o que representa uma valorização de cerca de 10% face aos níveis atuais.

“O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado”, destacou Mark Andersen, co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS, no decorrer da apresentação aos jornalistas.

Mark Andersen considera que, particularmente o mercado norte-americano “continua a apresentar vantagens estruturais competitivas face a outros mercados”, notando inclusive que alguns dos riscos potenciais em torno de pressão que se tem criado em redor da economia global e potencialmente aos mercados de ações, como as barreiras tarifárias sobre determinados produtos, “afetam menos o mercado de ações dos EUA do que outros mercados como a Europa e a China”.

Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação.

UBS

Year ahead 2025 - Roaring 20s: The next stage

Dentro do mercado acionista dos EUA, o UBS mostra preferência pelos setores de tecnologia, utilities e a área financeira. “A tecnologia e as utilities certamente estão a beneficiar de algumas das fortes tendências, incluindo a inteligência artificial”, referiu Mark Andersen.

Já para a Ásia excluindo o Japão, o banco suíço também mantém uma visão positiva, esperando um retorno de cerca de 15% para o índice MSCI Asia ex-Japan até ao final de 2025. “Consideramos o mercado da Ásia ex-Japão atrativo no geral, e esperamos que o índice MSCI Asia ex-Japan valorize cerca de 15% até o final de 2025”, indica o relatório.

O UBS destaca em particular o potencial da Índia, prevendo um crescimento dos lucros por ação de 12% no ano fiscal de 2025 e 14% no ano fiscal de 2026 para o índice MSCI India.

Quanto à Europa, as perspetivas são mais contidas, com o banco a antecipar retornos totais de cerca de 6% para o índice MSCI Europe até ao final de 2025. O UBS mostra preferência por ações de pequenas e médias empresas (small e mid caps) da Zona Euro e por ações suíças de elevada qualidade e com dividendos atrativos.

Ouro brilha com riscos geopolíticos

O outlook do UBS para 2025 destaca ainda o potencial do ouro como ativo de refúgio num contexto de persistentes riscos geopolíticos e preocupações com a dívida pública nos EUA.

O banco prevê que o metal precioso atinja novos máximos históricos, com a onça a negociar nos 2.900 dólares até ao final do ano, enquanto continua a recomendar os seus clientes a manterem uma exposição de 5% da sua carteira a este ativo.

“Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação”, refere o relatório.

O UBS traça um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Segundo as previsões dos especialistas do UBS, também o setor imobiliário deverá ter um desempenho positivo no próximo ano, tanto no segmento residencial como no comercial. “As perspetivas para investimentos imobiliários residenciais e comerciais são promissoras”, refere o outlook do banco suíço, com os especialistas a notarem que, “com uma oferta limitada e uma procura crescente, há oportunidades em setores como a logística, data centers e moradias multifamiliares.”

Themis Themistocleous destacou em particular o potencial do mercado imobiliário na Europa continental: “Temos uma perspetiva positiva para a Europa continental, onde vemos aumento da procura à medida que os salários reais continuam a crescer”, sublinhando que “as taxas de poupança são muito altas, a oferta está limitada e as taxas de juro continuam a cair, o que deve ser favorável para esse mercado”.

O UBS traça assim um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Porém, o banco alerta para a necessidade de os investidores se manterem preparados para diversos cenários, face aos desafios estruturais e incertezas que persistem na economia global, particularmente numa altura em que se assiste ao escalar das tensões geopolíticas na Europa em redor da guerra na Ucrânia.


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