
Depois de um início de semana marcado pelo sell-off nas empresas de Inteligência Artificial (IA), devido ao fenómeno DeepSeek, que apresentou um modelo de IA concorrente ao ChatGPT, as tecnológicas europeias estiveram a recuperar esta quarta-feira, animadas pela escalada das ações da ASML.
A fabricante de semicondutores anunciou resultados acima das estimativas e adiantou que o surgimento de novos modelos de IA apenas vai suportar a procura de chips, impulsionando a subida do setor, que levou as ações na Europa para máximos históricos.
A fabricante de equipamentos semicondutores dos Países Baixos fechou a sessão a subir 5,55%, depois de ter chegado a escalar mais de 11%, a reagir aos resultados divulgados pela empresa e às declarações do seu CEO, Christophe Fouquet.
Em entrevista à CNBC, o líder da companhia antecipou que o aparecimento de novos modelos de IA chineses, como o R1 da DeepSeek, apenas vai impulsionar a procura por chips, favorecendo o negócio das empresas fornecedoras, como a própria ASML.
O otimismo em torno da ASML puxou pelas ações do setor na Europa, com o índice das tecnológicas do Stoxx 600 a subir 2,5% e a suportar a valorização das ações na região, que tocaram um novo recorde.
Tecnológicas recuperam à boleia da ASML
Além das empresas de semicondutores, como a STMicroelectronics e a ASM International, também outras ações expostas à IA, como a Schneider Electric e a Siemens Energy, que foram penalizadas pelo sell-off no início da semana, fecharam com ganhos próximos de 5%.
Esta semana tem sido marcada pelo forte impacto da solução criada pela DeepSeek nas empresas de IA, como a gigante Nvidia, ou a Microsoft e Alphabet, com os investidores a reavaliarem as suas posições nestas empresas, após dois anos marcados pela escalada destes títulos.
Apenas na última segunda-feira, o fenómeno DeepSeek tirou mais de um bilião às capitalizações bolsistas destas empresas, com a Nvidia a protagonizar uma perda histórica, com o seu valor de mercado a encolher perto de 600 mil milhões de dólares na sessão.
Ao contrário do que aconteceu na Europa, nos EUA as big tech, como a Nvidia ou a Apple, continuam a ceder terreno, com os investidores cautelosos a aguardarem o final da reunião da Reserva Federal dos EUA, que deverá manter as taxas inalteradas, e a divulgação das contas da Tesla, Microsoft e Meta.