
As bolsas europeias abriram novamente em terreno negativo e estão a prolongar as fortes quedas observadas na quinta-feira, numa reação de pânico dos investidores face às novas “tarifas recíprocas” aplicadas pela Administração Trump nos EUA. Ao contrário da sessão anterior, Lisboa não escapa à pressão vendedora esta sexta-feira.
O Stoxx 600 arrancou a sessão desta sexta-feira a cair mais de 1%, depois de ter deslizado 2,57% nas negociações do dia anterior, mas agravou as perdas desde então e caía 2,28% depois das 10h30. Mas há praças em que a situação é muito pior: em Milão, o FTSE Mib afunda já 4,71%, enquanto em Madrid a queda chega aos 4,18%.
Paris recua 1,81% e Frankfurt desce 2,26%, enquanto Londres perde 1,81%. Nestes casos, são, contudo, desempenhos que não se comparam à derrocada que houve em Wall Street, em que só o Nasdaq afundou quase 6% no dia anterior.
Se a bolsa lisboeta conseguiu escapar à maré vermelha nas bolsas mundiais na quinta-feira — devido ao peso elevado do setor energético e à aposta dos investidores nas cotadas da família EDP, vistas como ações defensivas, e que subiram mais de 5% nessa sessão -, este apoio já não se verifica esta sexta-feira. O PSI, que abriu a descer 0,50%, negoceia agora com a perder mais de 2%.
No início da sessão, as elétricas chegaram a dar algum alento ao índice, ainda que insuficiente para o manter à tona, mas mesmo esse cenário acabou por se inverter durante a manhã desta sexta-feira. A EDP Renováveis, que chegou a somar 1,41%, cai agora 0,06%, e a EDP desce 0,27%.
Enquanto isso, o BCP perde mais de 8% e negoceia a menos de 50 cêntimos por ação, num setor que tem sido o mais penalizado nesta semana.
BCP penalizado na bolsa
A Galp cai 2,86%. A descida das ações da petrolífera portuguesa dá-se numa altura em que o preço do petróleo também está a prolongar as quedas da sessão anterior, quando o deslize superou os 6,4%.
O Brent derrapa 3,25% esta sexta-feira, para 67,86 dólares, em simultâneo com a descida de 13,42% do norte-americano WTI, para 64,61 dólares. Indícios de que os investidores a apostar num forte abrandamento económico à escala global.
Enquanto isso, o preço spot do ouro recua 0,74%. O metal precioso, considerado um refúgio nos momentos de forte incerteza, negoceia agora abaixo dos 3.100 dólares a onça. Ainda assim, é um preço próximo de máximos históricos, numa escalada deste ativo de refúgio que acelerou nas últimas semanas e que agora estabiliza.
No mercado cambial, o euro mantém-se em forte alta face ao dólar, negociando em máximos deste ano e a valer 1,1064 dólares.
(Notícia atualizada às 11h26 com cotação atualizada do BCP)