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Banca europeia em queda a pique. BCP afunda 10% e volta a negociar abaixo dos 50 cêntimos

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As ações do BCP BCP 9,43% chegaram a negociar esta manhã uma queda superior a 10%, que acumulam às perdas de 4,4% da sessão de quinta-feira, colocando as ações a negociar abaixo dos 50 cêntimos pela primeira vez desde 5 de fevereiro.

O movimento desta sexta-feira dos títulos do banco liderado por Miguel Maya, que chegaram a negociar nos 48,45 cêntimos de euros, colocam não apenas o BCP como a “lanterna vermelha” do principal índice da Euronext Lisboa (que está a cair 3%), como se trata da maior correção das ações do BCP desde 10 de junho de 2022, quando os títulos encerraram a cair 11,3%.

Mas o BCP não está sozinho nas quedas desta sexta-feira que se está a pintar um autêntico “meltodown” das bolsas mundiais, como resposta à nova política comercial dos EUA marcada por um aumento significativo das tarifas comerciais. As ações dos bancos europeus estão a cair 9,45%, acompanhando o movimento mais amplo de aversão ao risco que está a abalar os mercados europeus.

Ações do BCP sob pressão

Entre as instituições financeiras mais afetadas destacam-se as ações dos bancos espanhóis e italianos com quedas acima dos 10%, e pelos bancos com maior exposição mundial, como o Santander (que está a cair 11%) e o Barclays (regista uma correção de 10,3%).

“Embora estejamos a acompanhar as implicações dos recentes anúncios de tarifas nos EUA, é em tempos difíceis que o valor da nossa diversificação é mais evidente”, referiu Ana Botín, presidente do Santander, esta sexta-feira na assembleia-geral anual do banco, salientando ainda que “A nossa diversificação atua como um estabilizador num ambiente global incerto.”

A queda das ações do BCP e dos restantes bancos europeus reflete a pressão crescente sobre o setor bancário europeu, que enfrenta um duplo golpe: as incertezas económicas geradas pela nova política comercial dos EUA e os receios de uma recessão global.

A imposição de tarifas aduaneiras adicionais pela Administração norte-americana está a provocar um abalo significativo no comércio global, com impactos diretos na confiança dos mercados e nas perspetivas de crescimento económico.

Impacto das tarifas nos mercados financeiros

Embora os bancos não sejam diretamente visados pelas tarifas, estão altamente expostos às consequências económicas das mesmas. A desaceleração do crescimento global pode reduzir a procura por crédito, afetar a qualidade dos ativos e pressionar os rácios de solvência das instituições financeiras.

Além disso, as turbulências nos mercados podem impactar negativamente as receitas provenientes de comissões e operações financeiras.

A descida do BCP para valores inferiores a 50 cêntimos é particularmente simbólica. Após anos de recuperação e uma valorização expressiva desde os mínimos históricos de 2020, o banco tinha conseguido ultrapassar esta barreira no início de fevereiro, alimentando expectativas positivas entre investidores. Contudo, o cenário atual demonstra como fatores externos podem rapidamente inverter esta trajetória.

Os analistas alertam que o impacto das tarifas norte-americanas poderá ser prolongado, especialmente se as tensões comerciais persistirem e escalarem de níve — como já se assitiu esta sexta-feira com a China a anunciar uma reciprocidade de uma tarifa de 34% sobre todos os bens importados dos EUA.

Segundo a casa de investimento Jefferies, bancos com menor exposição ao comércio internacional poderão estar mais bem posicionados para enfrentar este período turbulento. Contudo, no curto prazo, espera-se que a volatilidade continue elevada nos mercados financeiros.


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