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FMI alerta bancos centrais para serem claros sobre rumo das taxas de juro

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Os investidores estão a apostar em múltiplos cortes nas taxas diretores por parte dos principais bancos centrais, mas a “incerteza económica é elevada” e podem surgir “surpresas adversas” na economia e inflação com impacto nas bolsas. Por isso, recomenda o Fundo Monetário Internacional (FMI), os bancos centrais devem comunicar com clareza sobre o rumo a política monetária para mitigar riscos para estabilidade financeira.

“Embora a política monetária deva sempre depender dos dados, comunicações claras por parte dos bancos centrais de que a trajetória das taxas diretoras não deve reagir excessivamente a qualquer dado individual ajudaria a atenuar a incerteza, sustentando o seu compromisso em alcançar os seus objetivos”, consideram os analistas do FMI no Relatório de Estabilidade Financeira Global divulgado esta terça-feira.

Para o Fundo, nos países ou regiões onde a economia e a inflação continuem a abrandar, “os bancos centrais devem flexibilizar gradualmente a política monetária no sentido de uma postura mais neutra”.

Mas, nas situações em que a inflação persiste acima do objetivo, “os bancos centrais devem reagir contra as expectativas excessivamente otimistas dos investidores quanto à flexibilização da política monetária”, acrescenta.

De acordo com o FMI, os mercados estão a apostar em cortes de 125 pontos base por parte do Banco Central Europeu (BCE) e de 150 pontos base por parte da Reserva Federal americana (Fed) até final do próximo ano.

Embora se espere um alívio geral da política monetária a nível global, o ritmo e a dimensão dos cortes vão variar de banco central para banco central, diz o Fundo, lembrando o recente o episódio de crash na bolsa japonesa em agosto: não causou dano à estabilidade financeira global, mas mostra como o otimismo dos mercados podem facilmente mudar.

Cuidado para a redução do balanço não secar o mercado

Ainda segundo o mesmo relatório, os bancos centrais têm conseguido reduzir os seus balanços de dívida de “forma ordenada até ao momento”. Ainda assim, uma vez que mais bancos centrais estão simultaneamente em situação de desalavancagem, exige-se que façam “uma monitorização cuidadosa e preparação para o impacto nos mercados de financiamento”.

“Os bancos centrais devem monitorizar um amplo espetro de indicadores que abranjam tanto as condições de liquidez como as taxas de financiamento nos mercados monetários, e permanecer atentos à potencial distribuição desigual da liquidez e das reservas do banco central entre os bancos, estando simultaneamente preparados para fazer face às tensões do mercado”, frisa o Fundo.

Nesse sentido, os bancos centrais devem “comunicar claramente os objetivos e as medidas para eliminar a liquidez”.


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